PALESTRA TBL SP

Plano de Cuidados Adotado Para Paciente com Lesões Por Pênfigo

Relato de Experiência

Introdução

Os pênfigos são dermatoses essencialmente bolhosas, na maioria das vezes generalizadas de evolução crônica. No Brasil, há ocorrência de quase todas as doenças do grupo pênfigo, o vulgar e o foliáceo, as quais se acrescentam dois subtipos mais benignos, o pênfigo vegetante e o pênfigo eritematoso de Senear-Usher. A característica da doença é a formação de bolhas intra-epidérmicas localizadas entre as camadas espinhosa e córnea da epiderme. Este quadro ocasiona intensa perda tissular, expondo os pacientes ao risco de infecções, hipotermias, e por vezes aderências nas pregas cutâneas articulares, levando à limitação de movimentos. A terapêutica clássica é o uso de corticosteróides em altas doses de uso prolongado e nas formas mais graves associado com imunossupressores, como a azatioprina, methotrexato, ciclofosfamida. Em relação ao quadro cutâneo, há escassez de estudos que avaliem o melhor tratamento das lesões ocasionadas por pênfigo, sendo que o tratamento usual consiste na aplicação de compressas de rayon vaselinado estéril sobre estas. Esta prática por vezes causa dor, sangramento e impede a reepitelização. O tratamento de lesões é uma atividade inerente à prática dos cuidados de enfermagem e uma especialidade em crescente ascendência. A abordagem sistemática e terapêutica da pele e os cuidados com feridas permite autonomia e integração para a profissão. Estudos realizados sobre a ação do ácido linoléico em lesões demonstram os diversos efeitos benéficos de seu uso no processo de cicatrização, o que motivou o seu uso nestes dois casos.

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência do plano de cuidados adotado a paciente com lesões decorrentes de Pênfigo, atendidos em hospital estadual da cidade de São Paulo e seus resultados.

Método

Após aprovação do CEP IIER nº052/2012, atendendo a Resolução 196/96 do CONEP, foram identificados por dados secundários de paciente com diagnóstico de pênfigo internado em Hospital Estadual da cidade de São Paulo entre setembro e outubro de 2008, que recebeu tratamento medicamentoso com corticosteróide sistêmico e azatioprina. As lesões de pele foram tratadas inicialmente com rayon vaselinado e posteriormente com ácido linoléico (AL), ou seja, foram controles deles mesmos, no instante da internação e após intervenção.

Resultados

Todas as lesões cicatrizaram em menos de um mês após o início do uso do AL, não havendo presença de áreas de aderência.

Discussão

O uso do AL permitiu identificar a ausência de infecção secundária, mesmo com a confirmação de colonização por S. aureus anterior ao uso de AL, a despeito do uso da terapia sistêmica, evidenciando, possivelmente o efeito protetor do AL sobre a infecção. Observou-se pela escala analógica de dor importante redução do escore, quando comparado à utilização da vaselina líquida.

Conclusões

A despeito dos possíveis vieses de confusão, pode-se inferir que o uso do AL em lesões por pênfigo, quando comparado ao tratamento tradicional com rayon vaselinado, apresenta melhores resultados clínicos, otimizando o processo de cicatrização.

Considerações finais

Por se tratar de doença rara, o PV não faz parte da prática diária da maioria dos profissionais, representando um desafio quando nos deparamos com este diagnóstico. Novos estudos são necessários para que a melhor prática para o tratamento tópico das lesões decorrentes desta doença sejam identificados, direcionando à prática baseada em evidências.

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